quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Minha amiga sua

Voluptuosa ela se apresenta
Não espanta,
é abundância que representa
Sincera, simples e direta
Lá estava ela,
Nos achados e perdidos,
Em cada passo,
Em cada desnível
Incansável e insistente
Latente e vibrante
Em meio a tantos ausentes

Chegava de mansinho
Em um sussurro de carinho
Vandalizando todas as construções
E, em seu abraço de consolo
Regorjeia a harmônia das demolições

Ela é nossa melhor amiga
Aquela não escolhida
Que escolheu vívida
Ser a que essencializa

A que resignifica
Toda a trama
Passada, pisada, antecipada
Preenchendo todo o vazio com o espaço

Levanta toda a poeira dos temores
Organizando seus amores
Na desordem dos controles

Por fim, te faz ver
Te faz ser
Te faz fazer
Te Faz de você
Hóspede e morada
Da nossa maior dadiva
Ela, a vida linda de viver.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Um convite


Vem vê o que não é
Venha comigo nada ter

Ficar pouco
Estar quase nunca
Ser para sempre
Ou não...

Um convite para vim ver
Sem ti, pensar
Sem ti, viver
Sentir amor
Ao convidar você

invoca a ousadia da dor
Como bom partilhador
Em dor, domina
Para na cama
dormir

mendigando  compreensão
nas migalhas da verdade
Sempre seduzido a ignorar
Fico no vácuo

Vasculhando no vazio
Perguntas aprofundadas
Mergulho fundo
Me engano
Erro
caio

Oscilando nos vacilos
Questiono-me
Quando não aceito
Rejeito, reinterpreto
Certo de que ainda vivo
Sei que há vida em fim

sábado, 24 de setembro de 2016

Estado de Dinheiro

Boatos sangraram o Estado
Estampado em quadros circulares
Gritando o estandarte da cultura
Escrúpulos do narciso
Nascido com o titulo pronto
Da presente dissertação 
É o salto olímpico
O back flip da nação.
Povos entorpecidos,
Prós e contras, numa Entropia social
o cruel desencontro das vontades
Votam voltando a vomitar

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tempero Juramentado


Tempero social
Um Tratado intencional
Juramento de uma casal
A perambular descalço

Esclarecendo destino desatino
Em Seguimento secreto
Num Preâmbulo matinal
Fadado ao fim
farto de todo esse sentimento fetal

Esvazia todo o ardor
Desoxigenando o amor
Para amar sem limiar

Todas as prerrogativas rogadas ao vento
São Mentoras dos cheiros condicionais
Vandalizando o tempo
Engarrafado no momento
Daquele nosso beijo seu.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Festa

Estampado nos segundos
Fica a ideia proliferada no silêncio;
Em minutos o projeto insano;
da paz distorcida de uma semana proletária.

Em poucos sons,
O martírio da felicidade,
Insistente em fazer-se presente
Em corações ausentes.

No justo minuto pausado
Na carência da existência,
consumido por memórias sonoras,
De momentos incompetentemente suficientes
Afirma-se que sou feliz.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Cantar e rolar, cantarolar!

Em um canto
ao encantar-se
Descobre o encontro
Do inciar do conto
ao contornar-se

Acampando aos pés do conforto
Confrontando o desgosto
Do, sem gosto, confrontar 

Respira fundo,
do fundo do pesar;
Pensando o que há de mais profundo;
Do vazio das respostas,
Ao ninhar das perguntas,
Convalesce.

Totem

Virgem, paladar
Creditar no alto
Colheita do outro

Biscoito,  gozar
Trem Aglomerado
Passos rifados

Cinto, inseguro
Isolada ilha de sentidos
Sentimento nu

Fato, falho
Oblíquo da verdade
Instabilidade do ventre

Fim, par
Paridade ímpar
Equilíbrio sagaz
Jaz em paz

10, esperto
Fruto vigiado
Maduro destino
Entre o caos, sereno
Na noite sozinho
Feliz